segunda-feira, 30 de março de 2009

Big Brodiando

Não tem quem não olhe quando uma mulher GOSTOSA atravessa um cruzamento ou anda vagarosamente entre uma vitrine e outra.

Como se fossem moldadas só para as capas de revista, com seus bíquininhos e decotes mais ousados, as mulheres no superlativo (ou gramaticalmente falando, no aumentativo sintético) despertam a atenção, inspiram as menos preconceituosas e aterrorizam as mais pudicas.

A verdade é que, homem ou mulher, nós, brasileiros, não estamos preparados para elas.

Duro admitir isso em pleno século XXI e no país do carnaval e da TV aberta mais permissiva of the world, não é? But, aceitem. É verdade. E taí uma experiência social boa de ibope para comprovar nosso olhar moralista: BBB. Em especial, BBB 9. Especificamente, Priscila Pires.




Se você entregou uma hora s-a-g-r-a-d-a da sua vida para a Globo e cedeu seus poucos neurônios para o reality show mais famoso do Brasil (e nem precisa ser com direito a acompanhamento diário, vício no PPV e leitura de blogs e notícias relacionadas), você sabe do que eu estou falando.

Até os mais porra-louca, maliciosamente, já questionaram o jeito desinibido, a pouca-roupa e o atrevimento e a sensualidade à flor da pele da participante Priscila.

A Pri se tornou o ícone da mulher no superlativo. Além do corpão desenhado em ão, ela gosta das melhores festas, das melhores bebidas, das danças ousadíssimas, do melhor sexo. E quem é que não gosta?

O problema, para nós, sociedade moralista e hipócrita, não é gostar do bom, do melhor e da putaria, é falar que gosta. É dizer em alto e bom som que o caráter nada tem a ver com o gosto pelos prazeres mais terrenos. Isso agride e fere os ouvidos ingênuos.

No caso da Pri, pouca importa o ser humano ético que ela é. Ela não vai ganhar o milhão porque deu a buceta (isso mesmo, possível leitor, não vou amenizar o peso desta palavra para olhos tão puros). Simples assim.

O Brasil não sabe lidar com as mulheres sensuais - e sexuais - que ajudou a forjar. Sensualidade é bom, mas apaga o cérebro, a alma e o coração. Como se sexo tivesse menos haver com tudo isso.



p.s.: Será que na terça-feira a manipulação vai comer solta again? Continue espiando.



Retirado do Portal UOL


sexta-feira, 27 de março de 2009

Não é ficção!

Há algumas semanas, eu tenho notado uma estranha padronização nos relatos de vítimas e espectadores de violência aqui no Brasil.

Com muita naturalidade, vítimas de seqüestro doméstico, espectadores de perseguição policial e testemunhas de ações judiciais têm dado declarações, no mínimo, espantosas. Ao invés das antigas críticas à sociedade, ao governo vigente, à puta que pariu os criminosos, ao sistema carcerário, à Deus e ao inferno, as nossas testemunhas oculares têm comparado - e com êxtase - a violência sofrida ou assistida aos seriados americanos e filmes hollywodianos.

Instigante, não é? Criada em grandes estúdios ou à espreita em alguma esquina, a violência está tão perto de nós que não nos abatemos mais. Essa reação tão terceiro milênio, me leva a crer que uma parcela da nossa violência de todo dia se deve à intenção de alcançar o status e a adrenalina alucinante das telonas na pacata vida real, sem graça, crua e sem dinheiro.

E agora você deve estar pensando: "Essa imbecil acha que tudo é culpa do cinema! Ah va!". Mas acalme-se, possível leitor, eu não acho isso, não. O problema está na cultura de deterioração da real life, das coisas simples, dos valores genesis, mas isso merece um outro post.

Bom, a verdade é que eu falei tuuuuuuuudo isso só para dizer que fiquei chocada com os depoimentos tão apáticos. O cidadão quase morre e ainda tem o disparate de dizer que se sentiu no meio de um seriado americano com a SWAT invadindo. Ô falta de bom senso.


quinta-feira, 26 de março de 2009

O mal da expectativa

ex.pec.ta.ti.va sf (lat exspectare+ivo): 1 Situação de quem espera uma probabilidade ou uma realização em tempo anunciado ou conhecido. 2 Esperança, baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas. 3 Estado de quem espera um bem que se deseja e cuja realização se julga provável. 4 Probabilidade. E. de direito: possibilidade de alguém obter vantagens ainda não definidas. E. de vida: número de anos, baseado na probabilidade estatística, que qualquer pessoa, de idade ou classe dadas, pode esperar de viver.


Em outras palavras, circunstância em que uma babaca se vê/encontra quando acredita que algo incrivelmente significativo vai dar certo.

O mal da expectação é justamente a idéia de que é difícil se convencer do óbvio, do que está na cara. Quando somos atingidos por essa esperança cega, ficamos burros e perdemos a capacidade lógica de assimilar fatos simples. Depois disso não há consolo. Fica o gostinho amargo da incapacidade de realização com um plus: a vergonha - e a raiva interna - por ter acreditado em algo tão declaradamente incerto e tão porcamente maquiado pelo otimismo ilusório que você mesmo criou.

Fica a dica: espere sempre o pior. O máximo que pode acontecer é você se surpreender e, caro amigo, isso é m-u-i-t-o legal.


Se vale um p.s., um p.s.: essa fase de otimismo pessoal repentino que me abateu nesta semana, apesar de ter decepcionado (obvius!), me estimulou a voltar a escrever nesta joça. Acredite ou não, isso está sendo bem legal. Aliás, escrevi again no Educação Alternativa. Clique aqui e leia-me.


Hasta luego, camaradas.

terça-feira, 24 de março de 2009

Da insatisfação freudiana

Hoje o dia está naturalmente feio e sem graça.
Há dias que o dia não precisa de nenhuma desventura ou caos interno para acordar como se não fosse terminar nunca.
O dia simplesmente segue... sem ritmo, sem cadência, sem estilo.
Freud diz que a insatisfação é inerente ao desejo. Não tem fim. Não tem limite. Não tem plenitude.
Já que estamos fadados à incrível magia do não-contentamento, por que nos surpreendemos com os dias naturalmente feios e sem graça?



p.s.1: queria ter tempo para pôr em prática as idéias que eu tive. Talvez um pouco de movimento engane a insatisfação que anda perturbando.
p.s.2: por incrível que pareça eu estou muito feliz. Só não há graça nesta terça. Estranho mundo moderno?

segunda-feira, 23 de março de 2009

Metalingüístico

O blog livre virou blog de política?
Ou o blog é para política livre?
Ou pior: seria este blog para livre politicagem?

Ai, inferno, não é nada disso.
É só a falta de motivação para explorar minha tenra, tendeciosa e negativa opinião com outros assuntos.
Há temas beeeeeeeem boring que merecem meu descaso. Há outros menos chatinhos, porém cansativos que deveriam ter minha super e importante negativa bem marcada. Já alguns assuntos bem feijão com arroz não deveriam ser esquecidos e ser estimulados por idéias um tanto quanto tendeciosas e parciais. But eu não vou fazer... la la la.



Há algo podre no reino da Dinamarca, mas eu vou esperar feder mais um pouco para começar a escrever umas linhas tortas que ninguém vai ler.

p.s.: Trema, eu nunca vou te abandonar.