sábado, 17 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a arte de não escrever

Jonh Kennedy disse uma vez: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país."

Há dias essa frase tem me tirado o sono. É um turbilhão de idéias invadindo minha cabeça grande e perdendo força, sufocando quando impelidas para fora, como se fossem impróprias para tornar-se movimento.

Em algum lugar, ainda persiste a crença de que o esforço e a responsabilidade coletiva são a única chance que temos de nos tornarmos mais humanos, no entanto tenho suicidado planos e boicotado ações ora por não julgar-me capaz, ora por não ser mais sectária de ideais que antes resumiam cada discurso de bar embebido numa esperança cega de que o indivíduo é parte comprometida com o todo e não isolada.

Ao mesmo tempo em que me constrange descobrir que tenho sonhado sonhos impossíveis, me perturba vislumbrar o caminho que pode vir adiante: o de frustração pessoal e de ganho individual, solitário.

Todo o tempo ouço cobranças por um destino mais justo, por um caminho mais limpo, por uma vida menos medíocre. De camarote, eu assisti heróis do (meu) passado transformarem-se em escravos de sua própria vida e sem direito à alforria. A única intersecção nestas vidas talhadas a usabilidade (sem direito a propriedade) é a falta de comprometimento com um objetivo maior, que conforte a mente quando o peso dos anos arruinarem o corpo. Dá medo.


Escrevendo sem publicar, teorizando sem praticar, testando sem criar. É assim que tem sido ultimamente. O maior receio é que tem quem viva assim por décadas, tem quem opte ir vivendo sem viver, mas eu espero que não seja esse o caso.

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